sexta-feira, 4 de junho de 2010

AÇUDE ORÓS UM DOS MAIORES PRODUTORES DE TILÁPIA E EM GRANJA TEM DOIS GRANDES AÇUDES ITAUNA E GANGORA SÓ NO EXTRATIVISMO.




Açude Orós é, atualmente, um dos maiores produtores de tilápia do Estado, com 3.200 gaiolas do peixe

Orós. A criação de tilápia em gaiolas nos açudes públicos da região Centro-Sul representa uma importante fonte de renda para cerca de 500 famílias. Seis anos após a instalação das primeiras unidades no Açude Orós, a atividade cresceu consideravelmente e permanece em expansão. A produção regional estimada é de 150 toneladas por mês. Uma característica marcante é que o trabalho é feito de maneira associativa.

Em 2004, na bacia do Açude Orós, foram instaladas 20 gaiolas na localidade de Jurema e na sede do município. Os dois projetos experimentais reuniram dois grupos de dez famílias, financiados pelo Ministério da Integração Nacional por meio do Programa Nacional de Geração de Emprego e Renda (Pronager). A experiência deu certo.

Seis anos depois, o número de gaiolas saltou de 20 para 3.200 e o Açude Orós hoje é um dos maiores produtores de tilápia do Ceará. Atualmente, são nove comunidades que têm unidades de produção, beneficiando 350 famílias. Na região Centro-Sul, há associações em Cedro, Várzea Alegre e Lavras da Mangabeira.

Os grupos de produção recebem orientação técnica de engenheiros de pesca, veterinários e de zootecnistas. São as próprias empresas vendedoras da ração que dão assistência aos produtores. Essa parceria existe porque 70% do custo com a atividade são gastos com compra do alimento para os peixes.

O índice de mortalidade médio é em torno de 5%. As doenças que comumente afetam o peixe são provocadas por fungos e bactérias, ocasionadas por estresse, mudança de temperatura da água e alimentação. A espécie tailandesa, a partir de um melhoramento genético, foi a que melhor se adaptou à Região Nordeste, cujas águas dos açudes têm temperatura elevada. São originárias do Rio Nilo e passaram por um processo de transformação que resultou num porte maior, mais largas, lombo grosso e com mais carne que permite a retirada do filé.

Os criadores adquirem ao custo médio de R$ 65,00 o milheiro do alevino em empresas particulares ou na Estação de Piscicultura do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), em Icó.

Durante 60 dias, os alevinos ficam em gaiolas-berçários e recebem ração com 50% de proteína, por até dez vezes ao dia, de hora em hora. Na fase seguinte, a juvenil, que se estende até 90 dias, são alimentadas seis vezes ao dia, com 35% de proteína. A terceira e última etapa é a engorda que se estende até o sexto mês. Os peixes recebem grãos maiores três vezes ao dia, com 32% de proteína, e energético à base de milho e óleo de peixe. As tilápias criadas em cativeiro passam por um processo de reversão genética. Até o 10º dia, os alevinos têm a sexualidade indefinida e nesse período recebem ração com hormônio masculino. São transformadas em macho, porque adquirem maior crescimento e peso do que as fêmeas, adequando-se à finalidade comercial. Para o coordenador do Centro de Vocação Tecnológica (CVT) de Orós, Paulo Landim, entusiasta do projeto, o mercado é favorável e o êxito do empreendimento está relacionado com a capacidade de organização e conhecimento dos produtores. "Há dificuldades, mas a atividade é lucrativa. Os grupos que investem parte dos recursos conseguem crescer". Um dos principais fatores para o crescimento da produção de tilápias em tanques-redes foram os financiamentos dos Bancos do Nordeste e do Brasil.

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